No passado dia 31 de maio, anunciei que iria concorrer à presidência da república nas eleições de 2026 por estar certo de ser esta a função que melhor me permitirá tornar de novo Portugal num país com visão, colocando assim a nossa sociedade, a nossa economia e o nosso sistema político no caminho rumo à felicidade e à prosperidade.
Como já expectava, a minha candidatura despoletou as mais distintas reações. Despoletou euforia, despoletou desdém e despoletou também uma felicidade parcialmente inibida pelo seguinte pensamento: “Como quer o Tim Vieira mudar o país num cargo como o de Presidente da República, cargo esse em que não pode decidir nada? Porque não se candidata a primeiro-ministro?”.
Esperava todas estas reações. Não obstante, num ode à integridade das instituições democráticas, sinto que é necessário clarificar como posso eu, enquanto presidente da república, cumprir a missão de transformar Portugal.
O princípio da divisão de poderes, preconizado nos moldes atuais pelo intelectual francês Charles-Louis Montesquieu, é hoje um princípio fundamental para o funcionamento da maioria dos sistemas democráticos. Portugal não é exceção a essa regra.
Ao presidente da república, imbuído do seu poder executivo, é confiada a responsabilidade de exercer uma fiscalização ativa do poder legislativo. Desde logo depreende-se um dado fundamental: a natureza dos poderes é eminentemente diferente pelo que nos países que esta diferença das naturezas dos poderes não é respeitada, o funcionamento saudável do sistema democrático é imediatamente colocado em causa.
Em Portugal, nunca soubemos implementar corretamente este princípio de Montesquieu. Citamo-lo, invocamo-lo, mas nunca por momento algum ousamos intervir no sistema político tendo em vista o respeito por este princípio.
Atendendo ao exposto, não podemos continuar a permitir que dignatários políticos circulem livremente entre o poder legislativo e o poder executivo, não podemos permitir que aqueles que ontem participavam ativamente no jogo político sejam agora aqueles que detêm o poder de o regular.
Perante esta conjuntura, afirmo a todos os portugueses perentória e inequivocamente: sim, enquanto presidente da república transformarei Portugal.
Transformarei o sistema político português exercendo uma regulação ativa do sistema político de um modo independente de interesses partidários e transformarei a estrutura socioeconómica portuguesa por meio de um plano estratégico que visa tornar Portugal um país académico, marítimo e empreendedor.
Mas a transformação que encetarei no nosso belo país não ficará por aqui! Enquanto presidente da república, colocarei todo o meu saber e experiência ao serviço de Portugal: por um lado, utilizarei a minha larga experiência empresarial em panoramas multinacionais para atrair investimento estrangeiro para o nosso país; por outro lado, atendendo aos contactos que desenvolvi com sociedades, culturas e países diferentes durante os anos que vivi fora de Portugal, utilizarei esta circunstância da minha vida para promover Portugal e a portugalidade, fazendo o nome do nosso nobre país ressoar nos quatro cantos do mundo, das mais recônditas aldeias às mais movimentadas cidades.
Serei um presidente da república diferente que primará pelo cumprimento do princípio da divisão de poderes de Montesquieu dizendo sem quaisquer pudores: aos partidos políticos o que é dos partidos políticos, à sociedade civil o que é da sociedade civil.
Os partidos devem desempenhar o seu importante papel de dinamização do poder legislativo, mas não devem estar na génese daqueles que exercem o poder executivo. Os partidos devem ser regulados por aqueles que deles nunca dependeram e que se distinguem pelas suas ações meritórias nos meios cívico e empresaria. A sociedade civil tem o direito e o dever de fiscalizar o poder político e a forma máxima de expressão desta fiscalização é a figura do presidente da república.
Munindo esta candidatura de um programa político com uma visão estratégica para Portugal assente na maritimidade, na academia e no empreendedorismo, conjugando as sinergias dos partidos políticos e da sociedade civil e exercendo uma regulação que garanta o escrupuloso respeito dos partidos políticos pelos princípios da ética republicana, liderarei a reforma estrutural pela qual Portugal tanto tem clamado nas últimas décadas e demonstrarei a todos os portugueses que sim, o cargo de Presidente da República tem uma verdadeira utilidade na implementação das reformas pelas quais o país há tanto clama.
Não vejo o atual estado de Portugal com tristeza ou com desilusão. Ao invés, vejo o Portugal de hoje com esperança, esperança de um futuro melhor do que o amargo presente, mas também esperança de um futuro melhor do que aquilo que alguma vez foi sonhado até na mais esplêndida visão para Portugal. Conto com todos os portugueses! Juntos, munidos de uma mentalidade positiva e bradando os mais esperançosos gestos, transformaremos Portugal!
Tim Vieira