Estou em conflito! Sim, estou em conflito. Será que não conseguimos ver o que se está a passar à nossa volta? Parece que estamos a enterrarmo-nos num buraco, na miséria e a criar um problema cada vez maior, a cada dia que passa.
Considero-me um realista. Sei e compreendo que os EUA são a única Super Potência do mundo. Os EUA têm uma localização geográfica vantajosa, protegida por dois grandes oceanos, a este e oeste, bem como vizinhos pacíficos, a norte e a sul das suas fronteiras. É também, sem qualquer dúvida, a nação do mundo com maior poder económico e militar. Mas será que é a nação mais amigável, honesta, humilde, livre, corajosa, virtuosa ou, até mesmo, mais fiável? Será um Super Problema, em vez de um Super Poder para si mesma e o mundo? Estará prestes a implodir e talvez arrastar-nos a todos? Aqui estão algumas ideias de alguém, que adora o mundo, mas acima de tudo, adora as pessoas.
Enquanto escrevo este texto, outro momento infeliz de terrorismo acontece em Nova Iorque, no qual se perderam oito vidas. Podia ter escrito este texto, há algumas semanas, quando morreram 55 pessoas, em Las Vegas, ou no futuro, quando mais vidas serão perdidas, perante outros atos de terrorismo, a nível local ou internacional. Porque é que isto está a acontecer? Como é que uma Super Potência pode ter tão pouco controlo sob estes ataques terroristas internos, que parecem acontecer quase diariamente? Como é que um Super Poder pode ter tanto medo e estar tão desesperado e fraco? Como é que um Super Poder pode odiar e ser odiado por tantas pessoas, e amar e ser amado por tão poucas? Eu também estou solidário com o resto do mundo que, constantemente, sofre os efeitos secundários de decisões tomadas por este Super Poder.
A resposta é óbvia. Tem sido óbvia no passado, é óbvia hoje em dia e vai continuar a ser óbvia no futuro.
DIVISÃO: Os EUA são uma nação dividida e, pior do que isso, os EUA têm dividido outras nações. Esta é uma receita para o desastre, uma vez que as nações divididas caem, enquanto que as nações unidas ascendem.
A história tem-nos ensinado, que somos mais fortes quando estamos unidos e mais fracos quando divididos. Estamos unidos pelo amor e divididos pelo ódio.
Os EUA atualmente têm muitos ódios:
– Odeiam os muçulmanos, judeus ou qualquer outra pessoa, que não seja um americano branco, conservador e cristão.
– Odeiam os negros, Mexicanos, Chineses, Africanos, habitantes do Médio Oriente, Europeus, Sul Americanos ou qualquer outra pessoa que não seja um Americano branco (de acordo com o conceito americano de Steve Bannon e não os índios nativos).
A lista de amor nos EUA é mais curta, é simplesmente “ama-te a ti e a mais ninguém”. Ao contrário da boa Bíblia Cristã, que diz para “amar o próximo como a si mesmo”.
Os vizinhos dos Americanos estão incluídos na lista de ódios acima referida e não na lista de amores. E é triste, muito triste todo este ódio.
O medo dos nossos vizinhos leva-nos a adotar comportamentos irracionais, a odiar constantemente, causando problemas ainda maiores. Temos de deixar de escavar, deixar de odiar e deixar de ter medo. Caso contrário, iremos testemunhar a autodestruição de um Super Poder, de dentro.
Atualmente, os EUA são o seu pior inimigo e parecem mais os Estados Divididos da América (EDA). Não podem dar-se ao luxo de lutar contra problemas internos e externos, em simultâneo, uma vez que nenhum poder é suficientemente forte para sobreviver a esta divisão. Este medo provoca atitudes, que conduzem a uma maior divisão. Estamos a eleger líderes que causam uma maior divisão ao alimentarem os nossos medos. O que é assustador, é que já vimos isto a acontecer inúmeras vezes na história e parece que não acreditamos que está a suceder de novo. Movimentos e líderes promoviam as suas ambições e visões através da propaganda, hoje em dia, fazem-no através de notícias falsas.
Será que os EUA conseguem ter assim tanto ódio, tantos inimigos e ainda assim acreditarem que estão a praticar as políticas internas e externas mais corretas? Parece que esta nova administração rapidamente espalhou o ódio e aumentou o seu número de inimigos, desde que assumiu o comando. Como é que os EUA podem ser um exemplo, se são odiados por tantos, interna e externamente? Poderão os EUA salvarem-se? Será que todos os Americanos poderão vir a cantar o hino, orgulhosamente, de pé? Será que a América do futuro deixará de tornar 1% da população mais rica e 99% mais pobres, todos os anos? Três indivíduos mais ricos equivalem a 120 milhões de pessoas mais pobres. Será que a terra da liberdade e dos mais fortes se vai tornar na terra dos presos e assustados?
Um verdadeiro Super Poder deve liderar o mundo de forma moral, mas também deve ter fortes crenças de proteção ambiental, por que tem mais a perder. Em vez disso, vemos o contrário a acontecer, vemos esse suposto Super Poder a desistir do mundo e a afastar-se dos acordos internacionais, que nos beneficiarão a todos, incluindo os EUA. Mais uma vez, por si só, sendo o único país que não faz parte do Acordo de Paris e a deixar outros acordos.
Um Super Poder não pode sentir-se como uma vítima e atirar os brinquedos do berço, como tem estado a acontecer, recentemente, afirmando ter o poder para negociar melhores acordos, “o que é treta”. A verdade é que se tornou um Super Poder por já ter tido e beneficiado de grandes negócios. A sua autoimplosão é da sua inteira responsabilidade.
Intromete-se nos assuntos de tantos outros países, sempre com uma atitude de superioridade e, muitas vezes, mudando aspetos políticos e sociais de países independentes. Está na hora de os EUA olharem internamente e resolverem os seus próprios problemas, deixando os outros resolverem os seus próprios. Os EUA, desde o início, têm sido uma das nações mais brutais, bárbaras e que mais sangue derramaram, tendo estado em guerra constante, externamente ou internamente, durante a maior parte destes recentes 200 anos. Um Super Poder, que continua a agir dessa maneira, sem amor e empatia, está condenado.
Um país com o típico Steve Bannon, que defende que “são uma nação de cidadãos e não de imigrantes”. Este é um branco assustado e com uma arma, agarrado ao passado, com um sentimento de vítima, uma ideia antiquada do conflito americano e sem esperança. A boa notícia é que houve uma besta semelhante a este cidadão no passado: o dinossauro, e devido à capacidade limitada do seu cérebro, entre outras limitações, extinguiu-se, pelo que acredito este cidadão não existirá num futuro próximo e em número relevante. Na verdade, no mundo atual, as pessoas estão a partilhar ideias, sendo a tolerância uma virtude, bem como o respeito, a empatia e o amor, que é a cola que nos mantém unidos.
Este típico cidadão, Steve Bannon, é aquele que derrubará os seus amados EUA com o ódio e crenças descabidas. A esperança é de que um dia falemos sobre esses cidadãos como falamos dos dinossauros, na medida em que eles já não existem. Estes sabem que os seus dias estão contados e é, por isso, que eles estão tão desesperados para cimentar a mudança. Tal aconteceu com os traficantes de escravos no passado quando estavam de saída. Uma coisa é certa: não haverá um final feliz para estes cidadãos. No futuro, estes serão substituídos por seres humanos mais inteligentes e com maior capacidade de adaptação. É extremamente triste perceber que este cidadão teve uma situação e educação extremamente privilegiada, mas não conseguiu aproveitá-la para o bem do seu país ou do seu semelhante. Ele teme, simplesmente, o futuro e fará qualquer coisa para impedir a sua inevitável morte, em vez de se adaptar ao novo mundo.
O farol da luz está, atualmente, virado para a escuridão, a história mais triste que o mundo já viu.
À medida que termino este artigo, tenho conhecimento que mais 27 pessoas morreram num ataque a uma igreja, no Texas, por um cidadão Americano branco. Mal posso esperar pelo momento, em que estes se tornem dinossauros.
this article was posted at link to leaders, 22/11/2017.