Empresário de 47 anos quer suceder a Marcelo Rebelo de Sousa nas eleições de 2026. Sem apoio de qualquer partido, Tim Vieira assume-se como independente. “É mesmo para as pessoas que eu quero fazer isto. Se acharem que vale a pena votar numa mudança, é por isso que eu estou aqui”, diz.
“Confirmo. Vou mesmo avançar”, diz Tim Vieira. O empreendedor e empresário, de 47 anos, anunciou esta quarta-feira que é candidato à Presidência da República nas eleições de 2026.
Foi na rede social LinkedIn que o fundador da Brave Generation Academy (BGA) fez o anúncio: “É com grande orgulho e enorme sentido de responsabilidade que anuncio que eu, Tim Vieira, sou candidato à Presidência da República em 2026”, declarou o empresário, remetendo depois para um documento, no qual enumera as razões pelas quais está na corrida ao Palácio de Belém.
“Sou candidato porque acredito que os nossos jovens não têm de sair de Portugal em busca de um futuro melhor, por falta de oportunidades, sou candidato porque acredito que é possível usarmos todas as nossas competências e criatividade para, em conjunto, construirmos um futuro melhor, sou candidato porque me preocupa o atual estado das coisas, com escândalos diários que abalam a confiança dos cidadãos”, escreve no comunicado.
Ao DN explica que decidiu concorrer para contribuir para uma mudança no país. “Comecei a ficar um bocadinho cansado de estar a falar da política e de para onde é que estamos a ir e que não estamos a ver uma luz ao fundo do túnel. E decidi que, às vezes, temos de parar de falar e começar a agir”, diz Tim Vieira.
Conhecido por ser um empreendedor, foi um dos tubarões do Shark Tank, programa da SIC, Tim Vieira diz que não tem apoio de nenhum partido político e que é independente. “Quero é ver se consigo começar a ter o apoio das pessoas que votam, é o apoio que eu preciso”, afirma o empresário, que tem nacionalidade portuguesa e sul-africana.
“É mesmo para as pessoas que eu quero fazer isto. Se acharem que vale a pena votar numa mudança, é por isso que eu estou aqui”, diz.
Nasceu na África do Sul, é filho de pais portugueses e diz que é candidato à Presidência da República porque não vê “crescer a esperança num futuro melhor”. “Olho à volta e encontro descrença, resignação e estagnação”, declara na nota que acompanha o anúncio da candidatura.
“Sou candidato porque não posso aceitar que o nível de impostos médio esteja perto dos 40 por cento, sem perspetivas de que esse esforço fiscal venha a baixar. Pelo contrário, constato uma tendência de subida dos impostos, que impede que os portugueses tenham um nível de vida decente”, lamenta na nota divulgada.
Em declarações ao DN diz que o povo português tem “muito talento” e que “que pode ter um futuro muito melhor”. “É por isso que estou a fazer isto”, assume.
Tendo consciência de que um Presidente da República não governa, Tim Vieira acredita que, ainda assim, pode contribuir para uma mudança a partir de Belém. “O presidente consegue começar a mudar mentalidades”, argumenta.
“Com a presidência consigo começar a mudar o pensamento das pessoas, a trazer mais os jovens para a política, a trazer mais talento para a política. É o que eu quero fazer”, assume.
“Estamos num rumo em que estamos quase a ser prejudicados por usar o nosso talento, cada vez que queremos fazer coisas temos mais burocracia, temos mais dificuldade”, lamenta, defendendo que “Portugal tem de ter uma visão, tem de começar a executar planos”, ser mais transparente e ter uma justiça a funcionar melhor.
É uma candidatura “para ganhar”
Prefere não tecer comentários sobre o atual Presidente da República, “um homem com muito mérito”. “Quero concentrar-me no que eu posso fazer e o que eu quero é começar a criar uma visão para o país, a criar uma mentalidade em que conseguimos competir, sermos melhor do que os outros. Temos tudo para dar certo”, analisa.
“Eu gosto é de começar a construir, a ter talento à minha volta, a começar executar e fazer impacto naquilo que eu faço”, afirma.
Sendo um homem de negócios, empreendedor em várias áreas, como o turismo, a agricultura e o imobiliário – como é referido no perfil do Linkedin – a Presidência é mais um desafio neste percurso? “Chega uma altura na vida em que não é fazer dinheiro que me motiva, é conseguir ter algum impacto” e contribuir para melhorar o país, declara.
“Tenho muito para estar grato a este país, tenho três filhos, um dia vou ter netos e, para mim, o que é importante é que eles vão ter um futuro e podem escolher estar cá e ter esse futuro. Se eu não fizer nada, não acredito que os vou ter cá, acredito que, como muitos outros jovens, vão sair do pais e não é isso que quero”, refere.
Assume que lança esta candidatura “para ganhar, para conseguir fazer a mudança”.
“Acredito em menos governo, mas num governo melhor”
Diz que não é de nenhum partido e que não está à espera de apoios de forças políticas, que “têm as estratégias deles”. “A minha estratégia é Portugal só. Não estou aqui para fazer lobbies“.
No comunicado que acompanha o anúncio da candidatura, Tim Vieira diz que “é tempo de escolher um líder que seja politicamente neutro e tome decisões, porque sabe serem as decisões certas, e não por causa de lobbies, política partidária ou interesses económicos ou outros”.
Considera que se está “perder tempo, talento, investidores estrangeiros e esperança porque não temos visão nem sabemos para onde vamos”.
“Sou candidato, porque acredito que podemos voltar a ser uma luz de esperança para um mundo complexo. Se executarmos uma visão de futuro para Portugal. Caso contrário corremos o risco de continuar a ser ultrapassados por muitas outras nações menos desenvolvidas”, defende Tim Vieira, para quem “a raiz de grande parte dos problemas reside na nossa fraca liderança e na sua gestão, que opera não para Portugal e para os seus cidadãos, mas para muitos outros interesses variados e instalados na sociedade”.
“Nós, os cidadãos, há muito que fechamos os olhos e permitimos que o país chegasse a este estado. É tempo de abrirmos os olhos e votarmos em algo diferente, num Portugal mais preparado para o mundo de hoje”, declara.
Tim Vieira quer “liderar uma nova visão de Portugal que possa executar a mudança que é necessária” e o empresário acredita ser um “desses agentes de mudança”.
Na sua lista de argumentos, Tim Vieira promete: “Vou colocar Portugal e o seu povo em primeiro lugar. E fazer o que está certo, e não o que é mais fácil. Vou representar todos os portugueses, e não apenas uma elite e quem a ela está ligado, como acontece há demasiado tempo”.
“Sou candidato para depois poder exigir um governo responsável, transparente e trabalhador. Porque é isso que Portugal merece e exige. Recordarei aos nossos governantes que trabalham para o povo e que têm de corresponder às expectativas que prometeram cumprir. Acredito em menos governo, mas num governo melhor”, enfatiza.
Diz ainda que concorre às eleições presidenciais de 2026 porque quer “oferecer à sociedade progresso e não estagnação; esperança, em vez de medo; entrega, em vez de enganos e promessas por cumprir”.