Como todos sabem, nasci emigrante, filho e neto de emigrantes portugueses que deixaram para trás a família, os amigos e as suas terras para desafiarem o desconhecido e rumarem a outras paragens, em busca de uma vida melhor. Durante séculos, os portugueses, quase sempre por necessidade, procuraram noutros lugares o que não conseguiam concretizar aqui.
Mas, se a necessidade aguça o engenho, também é preciso dizer que esses emigrantes eram – e são – gente sem medo e com coragem, dispostos a enfrentar o desconhecido, mas cheios de vontade e de ambição. Vontade de vencer na vida, ambição de fazer melhor, de fazer o futuro acontecer.
É também por isto que sou candidato à presidência da república. Porque não quero um país de onde os jovens tem de sair, não por opção, mas por necessidade.
Hoje, milhares e milhares de emigrantes portugueses trabalham em indústrias tecnológicas, na ciência e no conhecimento, na medicina e na engenharia. São talento nascido e formado em Portugal que não conseguimos reter, e que permitimos que saia do país. O que nos torna mais pobres, mais pequenos e mais irrelevantes. Porque em Portugal há dois fenómenos que as novas gerações não aceitam mais: salários baixos e impostos altos.
Temos de, enquanto país, transformar esta realidade, de forma a não perdemos os nossos concidadãos, os melhores e os mais bem formados. Temos a obrigação de ser capazes de lhes garantir que, a partir daqui, conseguem chegar aos mesmos patamares dos trabalhadores dos outros países.
Cumprir Portugal é um desígnio, mas não pode ser apenas uma intenção ou uma palavra bonita num qualquer discurso. Cumprir Portugal implica compromisso e ação, perceber o que é preciso mudar, rasgar horizontes e dar futuro ao presente.
Neste dia, recordo toda a diáspora portuguesa espalhada pelo mundo. Os que hoje estão ainda mais orgulhosos de serem Portugueses. Onde está um português, há Portugal.
Temos de o fazer cumprir.
Tim Vieira
10 Junho 2023